O regresso a casa

A MÃE

A mãe tem direito, obrigatoriamente, a ficar em casa 1 mês e meio (42 dias) pós-parto.

Após o mês e meio:

• Fica + 2 meses e meio - Perfaz a licença de 4 meses (120 dias). É remunerada a 100% (durante toda a licença). 
  

OU

• Fica + 3 meses e meio - Perfaz a licença de 5 meses (150 dias). É remunerada a 80% (durante toda a licença).
  

O PAI

O pai tem direito, obrigatoriamente, a ficar em casa 28 dias úteis após o nascimento do bebé. 

Desses 28 dias:

• 5 dias têm que ser usados de forma seguida e imediatamente após o nascimento;
  
• 10 dias têm que ser usados 30 dias após o nascimento;
  
• Os restantes 10 dias podem ser usados em qualquer altura, desde que em simultâneo com a licença parental iniciada pela mãe. 
  

OS 2 PAIS

Existe ainda a opção de "Licença partilhada", partilhada entre os dois pais. 

Pode ter uma duração de:

• 5 meses: A mãe fica em casa durante 4 meses e o pai fica o último mês (5ºmês). Ambos são remunerados a 100% (durante toda a licença);
  
• 6 meses: A mãe fica durante 5 meses em casa e o pai fica o último mês. Ambos são remunerados a 83% (durante toda a licença). 
  

Ferida perineal 

• Evitar utilizar calças justas, pois criam fricção na ferida - a fricção destrói o tecido de granulação (tecido novo) e impede o posicionamento dos bordos da ferida
  
• Usar cuecas de algodão, que sejam um pouco maiores (por causa do penso)
• Usar roupa larga e confortável - que não se produza demasiado calor ou  crie humidade nesta zona

Higiene perineal:

• Lavagem perineal sempre após defecar ou urinar, com água morna - se usar: sabão com pH 5,5
  
• Sentido vagina-ânus (da frente pra trás)
  
• Secar com toalha de algodão e POR PRESSÃO (não por fricção)
  
• Mudar o penso em intervalos de 4/6h ou de acordo com a quantidade de lóquios
  

Vigiar sinais de:

• Infeção: dor, calor, rubor, edema (inchaço) e formação de pus
  
• Deiscência: separação dos bordos da ferida
  

Ferida abdominal 

Higiene pessoal:

• Se penso impermeável: não direcionar o chuveiro diretamente para o penso de forma a evitar que este se molhe e se descole
• Se penso não impermeável: aconselhado tomar banho por partes de modo a não molhar o penso

Vigiar penso:

• Observar se o penso se encontra externamente repassado.
• Penso repassado - estratégia: Se hoje o seu penso se encontra ligeiramente repassado, pode delimitar os bordos desse repassado com uma caneta e comparar no dia seguinte. Se, no dia seguinte, o repassado ultrapassar as marcas do dia anterior: consultar profissional de saúde. 

Ferida perineal

Fatores que agravam a dor/desconforto:

• Movimentação;
  
• Posição;
  
• Utilização de roupa apertada;
  
• Realizam de tarefas que requerem esforços. 

Estratégias:

• Mães a amamentar, podem optar com amamentar deitadas - esta estratégia deve ser utilizada durante o dia. 
  
• Aplicação de gelo: não aplicar diretamente sobre a ferida, e não usar cubos de gelo (com arestas cortantes) - aplicar 20 a 30 min, por cima do penso.
  

Ferida abdominal

Fatores que agravam a dor/desconforto:

• Movimentação;
  
• Posição;
  
• Utilização de roupa apertada;
  
• Realizam de tarefas que requerem esforços. 

Estratégias:

• Para se sentarem/levantarem: apoiar-se na mobilia e realizar o movimento gradualmente.
  
• Tossir/Espirrar: apoiar as suturas com braços ou almofadas
  
• Não realizar esforço (exemplo: pegar em pesos) 
  

O que é?

Por volta do 3º/5º dia pós-parto poderá surgir um quadro habitualmente designado de blues-pós-parto, caraterizado por:

• Melancolia, 
• Tristeza, 
• Fortes alterações de humor, 
• Insónias, 
• Fadiga, 
• Irritabilidade / agressividade, 
• Dores de cabeça...
  

É um fenómeno que ocorre em todas as raças e culturas com elevada prevalência e tem um carácter transitório, que desaparace por volta do 10º/12º dia pós-parto.

NOTA: Se estes sintomas persistirem + de 1 mês, devem contactar um profissional de saúde.

Estratégias

As prinicipais estratégias para lidar com o blue pós-parto passam pela:

• Adequação e boa gestão do tempo e das tarefas a realizar 
• Ter tempo  de lazer para se abstrair das rotinas (exemplo, planear algumas horas do dia fora de casa), ter um tempo dedicado a si mesma e tempo para interagir com o parceiro. 
• Descansar
• Relaxamento através de massagens ou exercício físico 

O pai/ marido/ companheiro é uma ajuda fundamental na identificação destes sinais e na sua recuperação. É importante:

• Auxiliar nas tarefas da casa e nos cuidados ao RN;
  
• Fornecer apoio emocional e afetivo.
  

Filhos com 2 anos:

No regresso a casa com o bebé, estas crianças tendem a ter dificuldade em aceitar o irmão, tentando constantemente "chamar a atenção da mãe" e podem apresentar regressões no desenvolvimento. 

Estratégias a adotar:

• Irmão mais novo trazer um "presente" quando chegar a casa;
  
• Concentrar-se exclusivamente no filho mais velho nos primeiros momentos do regresso a casa, mostrando que sentiu saudades dele;
  
• Não castigar o mais velho caso apresente comportamentos de regressão.
  

Filhos com 3/4 anos:

No regresso a casa com o bebé, as crianças com 3/4 anos tendem a ter comportamentos apelativos com a mãe, a fazer "birras" e podem apresentar regressões no desenvolvimento.

Estratégias a adotar:

• Concentrar-se exclusivamente no filho mais velho nos primeiros momentos do regresso a casa, mostrando que sentiu saudades dele;
  
• Não castigar o mais velho caso apresente comportamentos de regressão.

Filhos em idade escolar

No regresso a casa, as crianças em idade escolar  tendem a ter comportamentos ou de curiosidade ou revolta com o  bebé, podendo também mostrar vontade de participar na realização de cuidados. 

Estratégias a adotar:

• Envolver o filho mais velho nos cuidados ao recém-nascido;
• Esclarecer todas as dúvidas, explicando o que se passa com o bebé.